O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) aguarda a conclusão de estudos técnicos para iniciar a implantação de fiscalização eletrônica em mais 121 pontos de rodovias federais no Estado. Os novos radares vão se juntar aos atuais 309 equipamentos mantidos pelo órgão, totalizando 430 "olhos eletrônicos". Apesar dos planos de expansão, o departamento não esclareceu se conseguirá acelerar a emissão de multas e garantir punição a motoristas que desrespeitarem limites de velocidade.
Em novembro de 2013, o Dnit reconheceu que só houve arrecadação em 0,59% das quase 290 mil infrações por excesso de velocidade em Minas Gerais a partir de agosto de 2012, quando os radares foram regularizados. Na ocasião, o departamento informou que só houve pagamento nos casos em que o motorista se antecipou ao recebimento da notificação da penalidade e quitou o débito ainda na fase de notificação de autuação. Para explicar a razão de tantas multas e quase nenhuma arrecadação, o Dnit culpou, à época, a legislação e os prazos permitidos para recursos.
Embora não informe se será possível acelerar a emissão de multas, o Dnit planeja que parte dos novos radares sejam instalados em rodovias consideradas secundárias, que normalmente ficam em segundo plano na hora de receber investimentos. A BR-354 vai ganhar 15 radares, liderando o ranking de novos aparelhos por BR. A estrada sai da BR-381, em Perdões, no Sul de Minas, cruza a BR-262 e chega até Patos de Minas, Alto Paranaíba, na BR-365. Outra estrada escolhida, com 10 equipamentos, é a BR-251, uma das mais perigosas da região.
"Os locais em que serão implantados os novos equipamentos foram escolhidos com base em demandas apresentadas pelos próprios usuários das rodovias. Também foram eleitos locais que apresentam riscos ou histórico de acidentes", disse o superintendente do Dnit em Minas, Álvaro Campos de Carvalho. O Dnit em Minas não informou quando os novos equipamentos estarão operando nem o valor investido na expansão, mas garantiu que todo o procedimento já foi aprovado.
Para especialistas, a instalação de mais radares, sobretudo em estradas secundárias, é importante desde que o problema dos prazos para emissão de multas seja resolvido. "Normalmente, as condições dessas rodovias são piores. A alta velocidade pode, então, causar acidentes muito mais graves. Portanto, a velocidade tem que ser fiscalizada", opina o especialista. Para o chefe do Departamento de Transportes da Fumec, Márcio Aguiar, a instalação dos radares tem que vir junto com a regularização das multas, para que a medida não seja inócua.
Fonte: Estado de Minas