Uma grande dificuldade para os motoristas nas metrópoles brasileiras é a sinalização, que nem sempre acompanha as mudanças nas ruas. O crescimento das cidades confunde até mesmo os aparelhos de GPS - criados pra ajudar na orientação dos motoristas.
No trânsito, essas informações desencontradas viram verdadeiras armadilhas para quem está ao volante e, em muitos casos, provocam acidentes graves. Já estão se tornando comuns as histórias de motoristas que caíram em córregos, entraram na contramão e até que acabaram em locais perigosos e se tornaram vítimas de crimes.
Na terça-feira (7), um caminhoneiro que tentava atravessar São Paulo confiou no GPS e acabou entalado sob um viaduto. Mas ele também ignorou a sinalização de trânsito.
É verdade que ele mais ajuda do que atrapalha. "Para mim ajuda, tem me ajudado", diz um motorista.
Mas às vezes atrapalha sim, tira a atenção. "Já bati o carro duas vezes por causa disso", conta o engenheiro Luís Iga.
Ou coloca o motorista em algumas roubadas. "Rua sem saída, ladeira. Complicado", afirma outro motorista.
"Lá em Campinas mandou a gente para dentro de um brejo. Dizia que a 300 metros vire è esquerda. Deu em um brejo. Sem chance", brinca o motorista Djalma Leite.
"Na cidade de São Paulo constantemente estão mudando a mão de direção das ruas. O GPS não consegue acompanhar essa mudança que a prefeitura realiza", ressalta o taxista Paulo Onodera.
É exatamente por isso que o GPS não é 100% confiável, como explica o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira. "Ele é baseado em informações levantadas há algum tempo atrás. Essas informações podem ter um ano, dois anos, três anos, se elas não tiverem atualização permanente", explica.
O problema é que tem gente que faz o que o GPS manda sem titubear. Pelo menos foi isso que disse uma motorista que entrou na contramão em uma rua movimentada da Zona Oeste de São Paulo e bateu em um carro.
Na terça um caminhão ficou entalado em um viaduto no Pacaembu. Só saiu depois que os pneus foram esvaziados. O motorista disse que o GPS indicou um caminho errado.
Só que não adianta botar toda a culpa no GPS. Antes de fazer o que ele manda, o motorista tem que obedecer as leis de trânsito, começando pela sinalização. No viaduto onde o caminhão ficou entalado tem uma placa com limite de altura - que o motorista simplesmente ignorou.
"Não dá para ir às cegas, tem que ficar atento também, se não ele entra no lugar errado", diz o taxista Cícero Calheiros.
Os taxistas entrevistados na reportagem deram uma dica: eles disseram que os motoristas devem ter atenção às ruas com nomes repetidos, muito comuns em São Paulo. Para não cometer um erro, a sugestão é escrever no aparelho o nome correto da rua e também o bairro onde ela está localizada. Assim, não há risco do GPS levar o motorista para um endereço do outro lado da cidade.
Fonte: Bom Dia Brasil